Roberto Carlos e Ivete Sangalo

quinta-feira, 31 de março de 2011

Posso errar????????


" Há pouco tempo fui obrigada a lavar os cabelos com o xampu 'errado'. Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros. A unica opção era usar um dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel. Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, superoleosos, grudam só de ouvir a palavra condicionador. Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e ...surpresa! Os cabelos ficaram soltos e brilhantes- tudo aquilo que meus nove vidros de xampu "certo" que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir.Foi aí que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo,usar a roupa certa, dizer a coisa certa- e apergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou: certa porquê?
O homem certo,por exemplo: existe ficção maior do que essa????Minha amiga se casou com um exemplo da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi "certo" até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta:certo até quando? Porque o ceryto de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de nada a ver, vão ficando e, quando vocÊ se assusta, está casada- e feliz-com um deles. (Eu tenho um assim gente, que é uma pessoa linda apesar dos defeitos, como todos tem!)
Eas roupas? Quantos sábados vc já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo! e na hora de sair para a festa, você olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado?As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa "certa", mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para "errar".
Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu:" Eu sei que é errado,mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça.O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu naõ tenho coragem.( como muitas que conheço!!!) Então eu fumo", (é isso mesmo genteeeeeeeeeeeem!!). Sem entrar no mérito da questão- da traição ou do cigarro-, concordo que viver é escorregar ou sair do tom. O mundo está cheio de regras,que vão desde o nosso guarda-roupa, passando por cosméticos e dietas, até que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda, o celular que dá status, a idade que devemos aparentar( aqui em casa por exemplo, sempre me disseram que pareço a mais nova, bom né? Pois é, e sou a mais velha...aiaiai!!!). Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.
O filósofo Mario sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: "Como assim?!Você não dirige?!".Com toda a calma, ele responde:"Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não fabrico rádios- tem um punhado de coisas que eu não faço!". Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, agente de viagens que adora questionar regras:" Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos, a achar normal uma vida sem carboidratos". O certo ou o "certo" pode ate ser bom.Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso."

( texto de Leila Ferreira, jornalista, apresentadora de t.v e autora do livro "mulheres-porque será que elas..."da editora Globo)

A felicidade possível...


Só quem está disposto a perder tem o direito de ganhar. Só o maduro é capaz da renúncia. E só quem renuncia aceita provar o gosto da verdade, seja ela qual for.
O que está sempre por trás dos nossos dramas, desencontros e trambolhões existenciais é a representação simbólica ou alegórica do impulso do ser humano para o amadurecimento. A forma de amadurecer é viver. Viver é seguir impulsos até perceber, sentir, saber ou intuir a tendência de equilíbrio que está na raiz deles (impulsos).
A pessoa é impelida para a aventura ou peripécia, como forma de se machucar para aprender, de cair para saber levantar-se e aprender a andar. É um determinismo biológico: para amadurecer há que viver (sofrer) as machucadelas da aventura e da peripécia existencial.
A solução de toda situação de impasse só se dá quando uma das partes aceita perder ou aceita renunciar (e perder ou renunciar não é igual, mas é muito parecido; é da mesma natureza). Sem haver quem aceite perder ou renunciar, jamais haverá o encontro com a verdade de cada relação. E muitas vezes a verdade de cada relação pode estar na impossibilidade, por mais atração que exista. Como pode estar na possibilidade conflitiva, o que é sempre difícil de aceitar. Só a renúncia no tempo certo devolve as pessoas a elas mesmas e só assim elas amadurecem e se preparam para os verdadeiros encontros do amor, da vida e da morte. Só quem está disposto a perder consegue as vitórias legítimas. Amadurecer acaba por se relacionar com a renúncia, não no sentido restrito da palavra (renúncia como abandono), porém no lato (renúncia da onipotência e das formas possessivas do viver). Viver é renunciar porque viver é optar e optar é renunciar. Renunciar à onipotência e às hipóteses de felicidade completa, plenitude etc é tudo o que se aprende na vida, mas até se descobrir que a vida se constrói aos poucos, sobre os erros, sobre as renúncias, trocando o sonho e as ilusões pela construção do possível e do necessário, o ser humano muito erra e se embaraça, esbarra, agride, é agredido. Eis a felicidade possível: compreender que construir a vida é renunciar a pedaços da felicidade para não renunciar ao sonho da felicidade.

Artur da Távola

Julgar pessoas!


Como expectadores da vida alheia, julgamos diariamente os gestos e atitudes do nosso próximo. Quem diz que nunca julga, não é honesto consigo mesmo. Quando fazemos um comentário, qualquer que seja, estamos julgando. Cada vez que exprimimos uma opinião pessoal sobre alguma coisa, fato ou alguém, estabelecemos um julgamento, justo ou injusto. E quando somos nós o centro da platéia, pedimos clemência, tolerância, imploramos interiormente para que se coloquem no nosso lugar e tentem entender nossas ações ou reações.

Colocar-se no lugar do outro para entendê-lo, seria entrar no seu coração e alma, sentir suas emoções, vestir sua pele. Impossível. Cada um de nós é único e mesmo aquelas pessoas que mais amamos não nos transferem suas dores tais e quais. Sentimos sim, quando sofrem, mas por nós, porque nossa própria alma se entristece.

Deveríamos, todos, possuir um espelho da alma, para que pudéssemos nos olhar interiormente antes de julgarmos outras pessoas. Sentiríamos, provavelmente, vergonha dos nossos pensamentos. Por que nosso próximo é tao exposto às imperfeições, falhas, pecados, más ou boas decisões, quanto nós. Se houvesse uma câmera capaz de revelar aos outros nossos pensamentos diários, iríamos estar sempre fugindo dela. Por quê? Porque ante a possibilidade de que seja revelado nosso eu, seríamos muito mais honestos conosco. Isso nos tornaria, talvez, mais tolerantes e mais humildes.

Quando alguém sofre porque está atravessando por um caminho pedregoso, dói nessa pessoa não somente a passagem por esse caminho, mas também o olhar dos outros, que condenam sem piedade, as línguas que ferem mais profundamente que facas e punhais.

As pessoas que esquecem facilmente que tiveram um passado que, mesmo se correto, nunca foi um lago de água transparente, porque puras, só as criancinhas. E ninguém pode dizer o que virá amanhã, se houver amanhã.

Ninguém está ao abrigo das chuvas repentinas da vida, das torrentes que podem levar tudo, dos males que podem atingir o corpo, às vezes a mente. Apenas um minuto e tudo pode se transformar.

Então... melhor exercer a tolerância, a bondade, a compaixão, antes de julgarmos se outros estão certos ou errados, se têm ou não razão.

E quando a tentação for grande de olhar o que se passa com outros, bom mesmo é se lembrar do espelho que deveria retratar nossa imagem interior que pediria, certamente, compreensão.

E como não sabemos o que o amanhã nos reserva, vivamos o dia de hoje com sabedoria, coração amoroso para com o próximo e olhar voltado para o Alto.

Autor desconhecido

quarta-feira, 30 de março de 2011

Quanto Você Vale?


Peça para um publicitário descrever um botão de camisa, você ficará deslumbrado com tantas funcionalidades que ele vai achar para o botão e vai até mudar o seu conceito sobre o "pobre" botãozinho.
Peça para uma pessoa apaixonada descrever a pessoa amada, aquela pessoa bem "feiazinha" que você conhece desde a infância e vai até pensar que ele está falando de outra pessoa.
O apaixonado enche a descrição de delicadezas, doçura e gentilezas, transformando a fera em bela em instantes.

Peça para o poeta descrever o sol e a lua, e você vai se encantar pelos poderes apaixonantes da lua, pela beleza do sol que irradia seus raios
como se fossem gotas do milagre divino no arrebalde da tarde quente onde o amor convida os apaixonados para viver a vida intensamente...

Peça para um economista falar da economia mundial e tome uma lição de números e mercados, bolsas e câmbios oscilantes, inflação e mercados emergentes, e se não sair de perto, vai acreditar que em breve teremos
a maior recessão da história e que a China é o melhor lugar do mundo para se viver.

Agora, peça para uma pessoa desanimada ou depressiva falar da vida, do sol, da lua, dos botões, das rosas e do amor para você ver.
Pegue um banquinho e um lenço e sente-se para chorar. É só reclamação, frustração, dores, misérias e desconfiança geral. Você sente a energia te contaminando, vai fazendo mal, vai te deixando sem forças, porque os desanimados, os reclamões e depressivos tem o poder "vampiresco" de sugar energias do bem e transformar em medo, e o medo paralisa as pessoas de tal forma que fica difícil até o mais simples pensar.

E você?
Como é que você descreve a sua vida?
Quem é você para você mesmo?
Como seria um comercial da sua vida?
Como você venderia o produto "você"?
Você é barato, tem custo acessível ou é daquelas figuras caras,daquelas que não tem tempo para perder com a tristeza e com o passado?
Você tem 1001 utilidades?

Alias, você vive em que século mesmo?
São os teus olhos que refletem o que vai na sua alma, e o que vai na sua alma se reflete na qualidade de vida que você leva.
É o seu trabalho que representa o seu talento, ou não.
Por isso, não tem outro jeito, seja o melhor divulgador de você mesmo,
valorize-se, esteja sempre pronto para dar o seu melhor, com seu melhor sorriso, com sua melhor roupa, com seu melhor sentimento, com suas melhores intenções, com sua gentileza sempre pronta para entrar em ação.

Seja OMO, BRASTEMP, Lux de Luxo, e se for chocolate, que seja logo Godiva, suíço e caro, porque gente especial igual a você não existe em nenhum mercado, e tem que valer sempre mais.

V A L O R I Z E - S E!, não importa o que você faz, importa sim como você faz, isso sim, faz toda a diferença.

Paulo Roberto Gaefke

Na vivência amorosa, só ganha quem se entrega!



É possível que todas as pessoas já tenham ouvido ou vivido esta questão: Estou sendo usado (a) neste relacionamento? A resposta a esta questão depende do modelo de relacionamento estabelecido pelas pessoas envolvidas. Como já discutimos em artigos prévios, um relacionamento genuíno envolve igualdade, parceria, troca e aceitação mútua. Um relacionamento amoroso genuíno depende da disposição dos parceiros de abrir mão de certas expectativas que possam existir, sejam quais forem.

Frequentemente as pessoas estabelecem relacionamentos amorosos baseadas nas expectativas materiais, de segurança e de proteção, mas o amor nem sempre atende às nossas vontades. Isto acontece porque a escolha amorosa é inconsciente, e nem sempre a escolha do inconsciente condiz com o que conscientemente queremos para nós. Portanto, só podemos viver a plenitude do amor na medida em que conseguimos abrir mão de nossas expectativas conscientes, pois a imprevisibilidade é característica do amor.

O amor é um deus caprichoso, que não aceita condições. Mas, por outro lado, se conseguirmos reverenciar este deus sem exigências ele nos gratificará com toda a plenitude que um verdadeiro encontro amoroso traz. Não fazer exigências significa poder enxergar o parceiro como ele realmente é, e não como gostaríamos que ele fosse. Significa apreciar seus defeitos e qualidades como parte integrante da totalidade daquele ser e, nesta medida, saber fazer concessões, tão necessárias a qualquer relacionamento. É conseguir viver o momento que se apresenta, o encontro pelo encontro, sem tentar prever ou estabelecer estratégias para conseguir algo que se espera, chegar ao altar, por exemplo. Implica num movimento de entrega total à vida, permitindo ser usado (a) pelo amor, não pelo parceiro, nem pelo ego.

Talvez o maior impedimento a esta conquista seja a necessidade de poder e controle. Quando alguém se pergunta se está sendo usado (a) pelo parceiro, já está demonstrando uma postura de controle, como se o amor fosse um jogo onde se comparam resultados, tipo quem cede mais, quem faz mais as vontades do outro, quem é mais disponível, quem liga mais, etc. Esta necessidade de poder pode aparecer de outras formas em um relacionamento: sentimento de posse, ciúmes excessivos, controle financeiro e até a desvalorização do outro, como uma forma de mantê-lo dependente, entre outras. Aí sim existe o "uso", pois as decisões e concessões não são feitas em prol do relacionamento e sim das necessidades de uma das partes. Nesta situação, sempre há o desrespeito à liberdade e autonomia do outro. Como dizia Jung: onde o poder se instala, Eros se retira...

Portanto, para saber se uma pessoa está sendo usado (a) ou usando, basta analisar o tipo de relacionamento que está estabelecido. Se os parceiros estão orientados para o "nós", se as decisões e atitudes são tomadas visando atender às necessidades do relacionamento, é certo que o ganho é mútuo. Porém, quando isto não acontece, talvez seja o caso de, junto com o parceiro (a), repensar o relacionamento para transformá-lo, ou então abrir mão da relação em favor do amor próprio, que também é uma forma necessária de amor. Na vivência amorosa, só ganha quem se entrega.


Autores e integrantes do Grupo de Aprimoramento Junguianao PUC-SP : Carla Regino, Fernanda Menin, Helena Girardo de Brito, João Paiva, Lilian Loureiro, Luiz André Martins, Mariana Leite, Marina Winkler, Priscila Parro e Thiago Pimenta - sob a coordenação da profa. Dra. Noely Montes Moraes

Vocabulário feminino!



Leila Ferreira

Se eu tivesse que escolher uma palavra - apenas uma - para ser item
obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um
verbo de quatro sílabas: descomplicar. Depois de infinitas (e imensas)
conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com
mais leveza: exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos,
reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho.
Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão
falada qualidade de vida que queremos - e merecemos - ter.

Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher
moderna. Amizade, por exemplo. Acostumadas a concentrar nossos
sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas, acabamos
deixando as amigas em segundo plano. E nada, mas nada mesmo, faz tão bem
para uma mulher quanto a convivência com as amigas. Ir ao cinema com
elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para
voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e repetir as histórias
que já nos contamos mil vezes - isso, sim, faz bem para a pele. Para a
alma, então, nem se fala. Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o
namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez
(desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma
boa amizade consegue proporcionar.

E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário
duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: pausa e
silêncio. Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes
por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia - não importa - e a
ficar em silêncio. Essas pausas silenciosas nos permitem refletir,
contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os
próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é
preciso.

Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir. Não
há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher
mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do
nosso dia a dia. Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste
atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela
amiga engraçada - faça qualquer coisa, mas ria. O riso nos salva de nós
mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.

Quanto à palavra dieta, cuidado: mulheres que falam em regime o tempo
todo costumam ser péssimas companhias. Deixe para discutir carboidratos
e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas
mesas de restaurantes, nem pensar. Se for para ficar contando calorias,
descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de
mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua
salada de alface e seu chá verde sozinha.

Uma sugestão? Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que,
essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza. Ter
classe não é usar roupas de grife: é ser delicada. Saber se comportar é
infinitamente mais importante do que saber se vestir. Resgate aquele
velho exercício que anda esquecido: aprenda a se colocar no lugar do
outro, e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na
fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na
academia.

E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser
indissociáveis da vida: sonhar e recomeçar. Sonhe com aquela viagem ao
exterior, aquele fim de semana na praia, o curso que você ainda vai
fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia
(quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Richard
Gere... sonhar é quase fazer acontecer. Sonhe até que aconteça. E
recomece, sempre que for preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos
relacionamentos familiares. A vida nos dá um espaço de manobra: use-o
para reinventar a si mesma.

E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra
perfeição. O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades,
inseguranças, limites. Pare de brigar com você mesma para ser a mãe
perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a
esposa nota mil. Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é
tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não
arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni. Mulheres reais são
mulheres imperfeitas. E mulheres que se aceitam como imperfeitas são
mulheres livres. Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina
o excesso de peso da bagagem (e a busca da perfeição pesa toneladas), a
tão sonhada felicidade fica muito mais possível

The prayer

segunda-feira, 28 de março de 2011

Amor não é algo que se sente. É algo que se faz





Não é novidade nenhuma afirmar que um dos problemas mais graves e recorrentes em qualquer relacionamento é o da comunicação. A começar pelo significado da dinâmica (sim, porque comunicar-se é como um tango, delicado e profundo ao mesmo tempo!). Muitos casais sequer sabem do que é feita a autêntica e eficiente comunicação.

Comunicar-se com a pessoa amada não inclui somente falar, seja sobre o que pensa, sente ou quer, como a maioria acredita. Inclui especialmente e acima de tudo, ouvir. Mas não ouvir somente com os ouvidos, somente as palavras que estão sendo ditas, somente o que é conveniente.

Para que uma conversa realmente termine bem, ou seja, sirva para resolver pendências, amenizar crises e solidificar o amor, seus interlocutores devem ouvir com todo seu ser, incluindo sensibilidade, intuição e a firme decisão de – por mais difícil que seja – compreender o que o outro está pensando, sentindo e querendo!

Mas por que isso parece mesmo tão difícil? Simplesmente porque aprendemos que conversas entre casais que discutem alguma divergência têm de virar briga, onde cada um deve tentar falar mais alto que o outro e provar, a qualquer custo, que está com a razão! Aprendemos, infelizmente, que conversas são como jogos, e servem para mostrar quem é o vencedor e quem é o perdedor! Mas, definitivamente, isso nunca funcionou e nunca vai funcionar!

Simplesmente porque num relacionamento, seja ele de que nível for, não existe um certo e um errado e sim dois pontos de vista, dois pedidos, dois sentimentos, duas interpretações, dois universos que, em última instância – e isso posso afirmar com toda certeza do mundo – só querem ser aceitos, amados e felizes!

Mas enquanto um e outro falarem como se disparassem flechas em direção ao alvo, enquanto tentarem impor seus desejos e repetirem frases-feitas do tipo “com você, não dá para conversar”, “você nunca me ouve”, “você é um egoísta-cabeça-dura”, não vão chegar a um consenso, muito menos à paz que tanto desejam (mas não sabem como alcançá-la).

Parece mesmo paradoxal essa vontade de viver um grande amor, cheio de alegrias e aquela harmonia de quando estavam completamente apaixonados e, ao mesmo tempo, essa estranha e angustiante fome de discussão, desentendimento e embate pelos motivos mais bobos, pelas razões mais infantis, por questões que, no fundo, na maioria das vezes, não tem nem metade da importância que se dá a elas durante uma briga.

A impressão que fica é que, em algum momento da história, solidificou-se a ideia – completamente equivocada e ineficaz – de que amor é isso: uma queda de braços, um interminável vai-e-vem de destilar a própria raiva à custa do outro para, em seguida, arrepender-se e fazer as pazes. Mas acontece que isso só serve para desgastar a relação, acumular mágoas e amontoar frustrações.

O que sobra? Cada qual no seu limite, a sensação de que não vale mais a pena. Pronto: este é o começo do fim! Um fim medíocre, sem uma razão que realmente o valha, mas – ao mesmo tempo – com todas as razões que foram – irresponsavelmente e pelos dois – cavadas, acumuladas e amontoadas dia após dia!

Talvez você diga: “eu bem que tento conversar, mas o outro não tem condições”! Okay, mas você tenta quanto? Até o outro dar a primeira resposta torta e grosseira e você pensar: “ah, mas não vou mesmo ficar aqui ouvindo isso”, e daí aumenta o tom de voz o máximo que pode para deixar bem claro que você tentou, mas que com ele é impossível? Ou talvez simplesmente desista da conversa e saia, alegando sua superioridade?

Assim, pode estar certo de que não vai funcionar! Se você realmente deseja se entender com quem ama, tente mais! Tente até o fim. Não aumente o tom de voz, fale com calma e repita, quantas vezes forem necessárias, que você deseja compreendê-lo. Para tanto, faça perguntas, peça para que ele explique como está se sentindo, por que reagiu de tal forma, enfim, esmiuce, detalhe, interesse-se de verdade pela dor do outro e tenha a certeza de que isso, sim, é amor!

Mais do que declarar o que você sente, mostre! Afinal, pode apostar: Amor não é algo que se sente. É algo que se faz!

Dra. Rosana Braga

sábado, 26 de março de 2011

Você quer mesmo encontrar sua alma gêmea?





Atire a primeira pedra quem nunca se pegou desejando encontrar, enfim, sua alma gêmea! Sim, tudo o que a grande maioria de nós gostaria é de se deparar com aquela pessoa capaz de mexer com todas as nossas células e de nos presentear com a imperdível sensação de arrebatamento que uma paixão nos causa. Aí, sim, provavelmente acreditaríamos estar diante de nossa alma gêmea.

Pois bem! Mas o que seria, de fato, uma alma gêmea? Se pensarmos em irmãos gêmeos, poderíamos defini-las como almas muito parecidas, quase confundíveis entre si. Supomos, então, tratar-se de pessoas com preferências, pensamentos e desejos muito semelhantes. Porém, se refletirmos sobre as transformações que sofremos ao longo da vida, poderíamos questionar: será mesmo possível existirem duas almas que passem pelas mesmas mudanças e continuem semelhantes por toda a vida? Será mesmo possível encontrar alguém que, durante anos e anos, continue preferindo, pensando e desejando o mesmo que um único outro alguém?

Também poderíamos tentar resumir o conceito de “almas gêmeas” como um casal que se desse tão bem, que conseguisse se compreender tanto e que se sentisse tão complementar um do outro que nem as maiores intempéries da vida seriam capazes de abalar essa relação. Mas será que existe crescimento sem intempéries? Será que existe evolução sem superações?

A grande questão, a meu ver, é: por que nos apegamos tanto a essa ideia de “almas gêmeas” se nem sabemos exatamente o que isso significaria na realidade do dia-a-dia? Por que desejamos tanto encaixar nossos relacionamentos e nossos sentimentos numa espécie de forma perfeita se, além de não sermos perfeitos, as formas nos engessam e nos endurecem?

A considerar pelo número de pessoas que me perguntam sobre como saber se o parceiro ou a parceira é, finalmente, a sua tão aguardada alma gêmea, fico lamentando porque, na verdade, nos fazemos reféns de uma ilusão. Queremos ter a sensação de certeza, mais uma vez. Queremos tentar encaixar nosso amor numa receita que nos garanta que, aconteça o que acontecer, vai dar certo!

Isto é, quando a relação vai muito bem, fica fácil provar que sim, é a tal alma gêmea. E quando a relação começa a ir mal, fica provado que sim, para merecer relacionar-se com a tal alma gêmea é preciso superar os desafios, enfrentar todos os obstáculos, custe o que custar. Que vale a pena suportar tudo e todos porque se trata da nossa alma gêmea. No final das contas, o que é isso senão uma crença, uma aposta, um “fazer por onde”?

E quem determina se o outro é ou não é a nossa alma gêmea? Onde está escrito? Onde se faz o teste? Existe um medidor? Existe uma marca? Um contrato? Não! Nada disso existe. O que existem são sentimentos, percepções, desejos, crenças, vontade de fazer dar certo ou não. O que existem são escolhas, ações, um dia depois do outro. Só podemos contar com isso! Cada momento é uma decisão, e se escolhermos acreditar que esta pessoa ao nosso lado é, agora, a nossa alma gêmea, aquela com quem nos identificamos e com quem dividimos um ou dois sonhos em comum, então nos disponibilizaremos muito mais!

Simples assim! Uma questão de predisposição! Uma questão de escolha! Uma questão de estar em sintonia não com a alma do outro, mas com o próprio coração. Uma questão de, por fim, viver de modo coerente com as próprias verdades e, em qualquer relação, com qualquer pessoa, dar o melhor de si para que, haja o que houver, você possa carregar a certeza de que fez a sua parte, de que fez por merecer o exercício do amor. Afinal, trata-se sempre de um encontro de almas – e ter essa noção é o que realmente importa!

Dra. Rosana Braga

quinta-feira, 24 de março de 2011

Hero

Está vivendo ou já viveu uma desilusão? Que ótimo!




Se você já se viu, alguma vez, numa situação em que classificou como completa e desastrosa desilusão, imagino o quanto tenha se sentido como um verdadeiro “pateta”. Quando nos desiludimos com alguém ou alguma coisa, a sensação mais marcante é a de que fomos enganados, seja por nós mesmos, seja pelo outro.

O fato é que, embora não pareça, desiludir-se é um grande privilégio! Sim, claro, incomoda, dói, tira você de um lugar conhecido e, muitas vezes, extremamente confortável. Enfim, a desilusão provoca, afeta, machuca, mas, sobretudo, deveria servir para que o desiludido parasse e se questionasse sobre no que andou acreditando nos últimos tempos.

No entanto, infelizmente, muitas pessoas, ao se desiludirem, deixam-se afundar numa espécie de poço de lama e ficam patinando por muito tempo em questionamentos inúteis, em lamentações que não ajudam em nada. Inconformadas com o fato de se darem conta de que nunca viveram o que apostavam que viviam, sentem-se vitimadas pela vida e pelas pessoas, deprimem e desistem – o que é uma grande pena!

Minha sugestão para quem está vivendo ou já viveu uma desilusão da qual ainda não se refez, é para que, em vez de se perder em reclamações que não levam a nada, tente compreender a grande chance que se apresenta bem diante de você! Sim, isso mesmo! Basta prestar atenção no significado da palavra “desilusão”. É o processo de se desfazer uma ilusão. É o fim da ilusão!

E o que pode haver de melhor na vida de uma pessoa que busca a sua verdade, que busca a intensidade e a profundidade de cada experiência do que ter a chance de acabar com uma ilusão? É somente neste momento que você pode parar e se rever, bem como rever seus comportamentos e desejos. É quando você tem a oportunidade sublime de olhar nos olhos do outro e perguntar, falar, colocar os pingos nos is.

E a partir de então, refeito todo o cenário deste enredo, é muito provável que você consiga retomar seu verdadeiro caminho e, acima de tudo, fazer escolhas mais coerentes, mais maduras e mais condizentes com o lugar onde deseja chegar. Portanto, estar vivendo uma desilusão é uma ocasião imperdível na vida de alguém que não veio pra ser “de mentirinha”, mas disposto a encarar os desafios das relações e do amor como degraus para atingir o âmago e a essência de si mesmo.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, desiludir-se várias vezes durante a vida não deve ser razão para desânimo, tristeza e, muito menos, desistência; mas sim para compreender que pode estar havendo alguma recusa em olhar para os fatos como eles são. A vida ensina! E repete a aplicação das lições quantas vezes forem necessárias, até que aprendamos!

Ou seja, que bom! Que ótimo que temos mais e mais uma chance! E, nesse sentido, que ótimo que nos desiludimos. Assim, podemos começar tudo de novo e tentar acertar, mais uma vez!

Dra. Rosana Braga

terça-feira, 22 de março de 2011

Sou um vento...


by barbye09

Sou um vento que vaga...
Envolvendo todo o seu ser.
Sou como a lua no céu claro,
Com segredo a esconder...

Sou vaidosa e impetuosa,
Na minha maneira de ser.
Sou sincera e carinhosa,
Para quem de fato merecer.

Sou romântica e talentosa,
Faço da vida uma reflexão.
Mas às vezes sou impiedosa,
Com quem fere meu coração.

Aprecio a beleza das rosas,
Que me trazem inspiração.
Deleito em versos e prosas,
Para alimentar minha emoção!


Sou sensível e sonhadora,
Sou leal a quem me quer.
Não sou anjo ou pecadora...
Sou somente uma mulher!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Apenas um poema...




"Se a brisa da manhã tocar o teu rosto e num gracejo fogoso fizer teus
cabelos brincar, saiba que é um carinho meu,
que sem querer dizer adeus, pedi ao vento para te entregar...

Se ao andar pelas matas sentir o cheiro da vida, de folhas secas e
molhadas, perfume de flores, pode ser jasmim ou qualquer coisa assim, é
ainda a minha mensagem que vai com o meu perfume, para você jamais esquecer
de mim...

Ao ouvir o barulho de água cristalina, limpa, pura, vai te lembrar minhas
loucuras tentando te conquistar.
Uma cachoeira encantada vai te lembrar
minha risada quando eu só existia para te amar...

E ao ouvir pássaros cantando, em alguns galhos namorando, recordará algumas
canções que a gente escutava baixinho, jogados em qualquer cantinho,
deixando a canção dizer o que havia em nossos corações...

Se uma gota de orvalho atrevida em tua face pingar e mais uma outra, ainda
insistente, cair, é apenas uma lágrima que escorregou, é essa imensa
saudade a me consumir...

E, ao cair da tarde, quando tudo for silêncio,
olhe para o horizonte , escuta quando a noite chegar.
A mesma estrela vai te dizer
que, mesmo que nunca mais te encontre, eu jamais vou te esquecer..."

Desconheço o autor

Outono: tempo de perdas e ganhos!


Se prestarmos mais atenção aos detalhes da natureza, perceberemos que cada estação do ano traz mensagens e convites específicos. No entanto, muitas vezes não conseguimos enxergar esses sinais porque insistimos em achar que não somos parte integrante do meio ambiente. Cada estação do ano nos convida a novas posturas e nos oferece uma série de aprendizados para a vida. O outono, é uma época especialmente recheada de significados que podem enriquecer nossas percepções. Esse período chega logo após o verão, aquela estação de tempo quente, aberto, de plena luz e em que nossos movimentos tendem para o mundo externo. Não é à toa que para chegar a uma estação intermediária precisamos das "águas de março", uma chuvinha persistente que vai resfriando o tempo aos poucos.

O outono é uma época de transição entre os extremos de temperatura verão-inverno. Qual é a principal imagem que lhe vem à mente quando pensa em outono? É bastante provável que a maioria das pessoas responda a essa pergunta lembrando da clássica imagem das árvores perdendo suas folhas. Mas você sabe por que acontece essa perda? Se as árvores não as deixassem ir, não sobreviveriam à próxima estação. As folhas se queimariam com o frio do inverno e, assim, os ciclos de respiração da árvore se findariam bruscamente, o que resultaria no fim da vida. A natureza nos mostra mais uma vez a beleza de sua sabedoria: é preciso entrega, é preciso deixar ir o que não serve mais, para proteger o que é mais importante.

O que a princípio pode parecer uma perda é na verdade um ganho: ela ganha mais tempo de vida, e chega renovada às próximas estações.

Reflita a partir disso: o que você precisa deixar ir, do que você precisa abrir mão para seguir firme para os próximos ciclos, para continuar a crescer? O outono é também estação de amadurecimento dos frutos. É o tempo de deixar ir inclusive os resultados de nossos esforços, para que novas forças possam gestar outros futuros projetos.

Durante essa época é válido observar quais elementos em você precisam ser sacrificados para que o mais sagrado para sua vida seja preservado ou resgatado. Pense na palavra sacrifício a partir de sua etimologia: é um sagrado ofício, um trabalho, uma ação que possui um caráter sagrado, para além do superficial, que transcende o banal, que tem um significado maior.

Abra-se ao nascer de um novo tempo

No outono, é importante questionar se o medo e a dúvida estão impedindo seus ideais maiores de serem realizados. Reflita se alguns comportamentos repetitivos lhe afastam do seu real potencial criativo. Talvez seja chegado o momento de tomar consciência e assumir uma atitude de compromisso consigo, desapegando-se daquilo que não lhe serve mais, daquilo que esteja impedindo seus passos rumo às próximas estações de seu crescimento.

Não é simples, nem fácil, mas também não é impossível. Como tudo na natureza, nossos processos de mudança carecem de tempo para se instalarem. Tempo para ir amadurecendo, até que seja o momento da colheita. Passo a passo, reflita sobre os pesos desnecessários que podem estar atrasando seu caminhar, vá se desapegando e deixando ir.

Lembro agora as palavras de Tom Jobim: "São as águas de março fechando o verão, é promessa de vida no meu coração". Mesmo que as águas pareçam dar fim ao melhor da festa do verão, na verdade, elas estão nos mostrando que a vida segue e novas estações virão! Acredite: observando a natureza podemos concluir que depois da noite sempre vem o dia. Acredite que vale a pena se libertar para deixar nascer um novo tempo.

Juliana Garcia

domingo, 20 de março de 2011

Quando Você Quiser!



Alcione
Composição: (Chico Roque/ Sérgio Caetano)

Quando você quiser amar assim, me avisa
Vem me rever, dizendo que de mim precisa
Falando o que vai fazer, antes de até me tocar
Quando quiser outra noite bonita de amor
Como a que terminou
Onde você estiver, você sabe, também onde estou
Pode dizer pra mim que só você me atiça
Fazer o que, se com você não dá preguiça
Você me quer outra vez, eu vivo querendo mais
Sabe que eu tenho prazer em fazer o teu fogo apagar
Adormecer e poder de manhã te cuidar
Vem pra ficar comigo
Vem ser o meu amigo
Ou pra levar contigo meu coração
Que eu vou te dar juízo
Vem ser o meu sorriso
Vem como está, preciso
Sentir a certeza da tua paixão
Onde você vai ter carinho assim? Me diga...
Então, por você quer tudo, mas, no fim, não fica?
Ainda vou te prender só não sei como se faz
Diz o que eu posso fazer pra ficar com você, meu amor
E acreditar que não vai me deixar nunca mais

A minha felicidade não é a sua


No mais recente livro de Carlos Moraes, o ótimo Agora Deus vai te pegar lá fora, há um trecho em que uma mulher ouve a seguinte pergunta de um major: "Por que você não é feliz como todo mundo?". A que ela responde mais ou menos assim: "Como o senhor ousa dizer que não sou feliz? O que o senhor sabe do que eu digo para o meu marido depois do amor? E do que eu sinto quando ouço Vivaldi?E do que eu rio com meu filho? E por que mundos viajo quando leio Murilo Mendes? A sua felicidade, que eu respeito, não é minha, major".
E assim é. Temos a pretensão de decretar quem é feliz ou infeliz de acordo com nossa ótica particular, como se felicidade fosse algo que pudesse ser visualizado. Somos apresentados a alguém com olheiras profundas e imediatamente passamos a lamentar suas prováveis noites insones causadas por problemas tortuosos. Ou alguém faz uma queixa infantil da esposa e rapidamente decretamos que é um fracassado no amor, que seu casamento deve ser um inferno, pobre sujeito. É nessas horas que junto as pontas dos cinco dedos da mão e sacudo-a no ar, feito uma italiana indignada: mas que sabemos nós da vida dos ouitros, catzo?
Nossos momentos felizes se dão, quase todos, na intimidade, quando ninguém está nos vendo. O barulho da chave da porta, de madrugada, trazendo um adolescente de volta pra casa. O cálice de vinho oferecido por uma amiga com quem acabamos de fazer as pazes. Sentar no cinema, sozinha, para assistir o filme tão esperado. Depois de anos com o coração em marcha lenta, rever um ex-amor e descobrir que ainda é capaz de sentir palpitações. Os acordos secretos que temos com com filhos, netos, amigos. A emoção provocada por uma frase de um livro. A felicidade de uma cura. E a infelicidade aceita como parte do jogo - ninguém é tão feliz quanto aquele que lida bem com suas precariedades.
O que sei eu sobre aquele que parece radiante e aquela outra que parece à beira do suicídio? Eles podem parecer o que for e eu seguirei sem saber de nada, sem saber de onde eles extraem prazer e dor, como administram seus azedumes e seus êxtases, e muito menos por quanto anda a cotação de felicidade em suas vidas. Costumamos julgar roupas, comportamento, caráter - juízes indefectíveis que somos da vida alheia-, mas é um atrevimento nos outorgarmos o direito de reconhecer, apenas pelas aparências, quem sofre e quem está em paz.
A sua felicidade não é a minha, e a minha não é a de ninguém. Não se sabe nunca o que emociona intimamente uma pessoa, a que ela recorre para conquistar serenidade, em quais pensamentos se ampara quando quer descansar do mundo, o quanto de energia coloca no que faz, e no que ela é capaz de desfazer para manter-se sã. Toda felicidade é construída por emoções secretas. Podem até comentar sobre nós, mas nos capturar, só se permitirmos.

Martha Medeiros

Amigo Quero Te Abraçar...


É maravilhoso
quanto amor podemos sentir no coração!…
Amor de filho, amor de pai, amor de mãe,
amor de irmão,
amor por familiares em todos os graus…
Amor pelas coisas vivas!…
Amor pela natureza em si…
Amamos tanto, que por impressão,
não iremos suportar tamanha carga!…
Que de tanto amar, o peito ira transbordar…
Amamos com paixão!…
Amamos com amor!…
Amamos por amar…
Um todo já destinado ao “querer” do coração,
e mais encantador e mágico,
é que de todos esses amores,
depende nossa existência,
a conquista da felicidade,
e se nos falta um, sofreremos sim,
mas a vida continua, e dentro dela, vamos
angariando forças, e nos postamos corajosamente
diante do que vier para ser vivido. No entanto,
há um, ao qual não podemos dispensar!…
Um amor que não nos pode faltar…
Um amor, que sem ele,
não suportariamos as cargas…
A solidão seria infinita, o viver insuportável!…
Nos seria impossivel a caminhada,
estaríamos perdidos, dentro e fora de nós…
Falo do amor de um amigo!…
Se nos falta pai e mãe, até mesmo um filho,
é natural da vida,
e por mais que nos doa, iremos superar…
Só não seremos capaz de viver sem um desses amores,
um amor mais que especial!…
O nosso amor-amigo…
Aquele que nos empresta a força
para todas as outras instâncias do sentir,
nos faz andar, ver, viver, suportar,
encarar as perdas,
e com um sorriso nos faz recomeçar…
O amigo!…
Ah!… O amigo…
Verdadeiros anjos!…E tantos são esses anjos,
que Deus, sabiamente coloca em nossas vidas,
que nosso coração se torna,
um universo infindo de carinho por esses seres tão especiais,
que só em pensar neles, e saber que a um chamado,
prontamente estarão ao nosso lado,
abre-se em nós um grande sorriso de emoção…
Obrigada a Deus por essa graça!…
Obrigada ao amigo!…
“Em especial aos meus amigos…”
Obrigada aos que já estiveram comigo e foram,
obrigada os que chegaram e permanecem ,
e mais obrigada aos que ainda virão…
Amigo, por ti tenho grande carinho e respeito,
por isso quero te abraçar e dizer que
por ti tenho um imenso reconhecimento!…
Um amor que envolve todos os amores…


Carmen Ortiz Cristal

sábado, 19 de março de 2011

Pensar é transgredir!




Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

Lya Luft

Árvore da Amizade!


Uma árvore não fica de costas para ninguém. Dê a volta em torno dela.
A árvore estará sempre de frente para você. Os verdadeiros amigos também.

Dizem os chineses:
Árvore plantada com amor ninguém derruba. Uma verdadeira amizade, também.
Quem planta árvores cria raízes. Quem cultiva amizades também.

As árvores, como os amigos, produzem belezas para os olhos e ouvidos, na mudança sutil de suas cores, com o passar das estações, no ondular de suas folhas e sombra, sempre.
Sombra protetora como a dos amigos; sombra que varia com o dia; que avança e faz variados rendados de luz, semelhantes aqueles, de estrelas.
As árvores são sinônimas de eternidade. Uma verdadeira amizade é para sempre.

Ninguém conhece os mistérios da vida e nem o sentido do definitivo.
No entanto, para aqueles que desejam acreditar em seus sonhos e em si mesmo, a vida é uma dádiva preciosa na qual tudo é possível.

E dentro deste mundo de fantasias e magia, devemos guiar nossos passos de acordo com a voz do nosso coração. Esperança, fé e crença em coisas boas será a bússola que nos conduzirá pelos caminhos certos na rota da felicidade e do sucesso.
A vida não faz promessas. Nós é que determinamos para onde vamos.

A vida não dá garantia. Apenas o tempo para fazermos as escolhas e aprendermos com os nossos erros.
Se não ouvirmos o nosso coração, não crescemos. Se não crescemos a vida perde o sentido.
O que ele nos diz é aquilo que nos prende a atenção e a atenção determina aquilo que deve ser feito. Portanto, vá sempre para onde seu coração deseja e jamais contrarie essa vontade.

"Viva como se fosse morrer amanhã.
Aprenda como se fosse viver para sempre."

Autor desconhecido.

sexta-feira, 18 de março de 2011

O tamanho do mundo




© Letícia Thompson


O mundo é pequeno se somos grandes; o mundo é enorme se nos sentimos pequenos.

A diferença do tamanho do mundo de uma pessoa para a outra depende do tamanho que cada um dá ao que está à sua volta, à importância que têm os problemas, à sua atitude de olhar pra frente, para trás, para cima ou para baixo.

Crianças têm sempre a impressão que tudo é gigante. Elas dão suas pequeninas mãos aos adultos, precisam dar três ou quatro passos a mais para acompanhá-los e essa "distância" entre os dois mundos, infantil e adulto, faz com que ela ou acredite cegamente, ou tema.

Somos, quão e quantas vezes, quais crianças pequeninas face aos nossos problemas. Os vemos como adultos sérios e devoradores e nos tornamos ainda menores no espaço que ocupamos.

Essa atitude nos reduz, impossibilita aquele crescimento que nos tornará homens e mulheres grandes o bastante para enxergar o mundo olhando nos olhos dele, vendo os problemas não como montanhas difíceis de subir ou atravessar, mas como desafios os quais podemos vencer.

O mundo é o mesmo para todos, com seus espaços, constelações, travessias, mares, tragédias e campos floridos.

Somos nós, individualmente, gigantes ou pequenos, crianças indecisas ou adultos destemidos.

Somos a força pela qual outros podem se guiar ou aqueles que estão sempre estendendo a mão ou dando três ou quatro passos a mais para acompanhar o ritmo das intermináveis caminhadas daqueles que seguimos.

Somos a gota pequenina que se repousa na folha ou o vento impetuoso que a carrega onde quer.

Somos nossas atitudes somadas, no bom ou no ruim, que conhecem Aquele que nos colocou no mundo ou persistem em querer se descobrir.

Somos, aos olhos de Deus e com o mesmo amor, aqueles que se levantam e andam ou os que fazem no dia-a-dia os milagres que dão sentido à existência.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Lição do Jardineiro




Um dia, o executivo de uma grande empresa contratou, pelo telefone, um jardineiro autônomo para fazer a manutenção do seu jardim.

Chegando em casa, o executivo viu que estava contratando um garoto de apenas 15 ou 16 anos de idade. Contudo, como já estava contratado, ele pediu para que o garoto executasse o serviço.

Quando terminou, o garoto solicitou ao dono da casa permissão para utilizar o telefone e o executivo não pôde deixar de ouvir a conversa.

O garoto ligou para uma mulher e perguntou: “A senhora está precisando de um jardineiro?”

“Não. Eu já tenho um”, foi a resposta.

“Mas, além de aparar a grama, frisou o garoto, eu também tiro o lixo.”

“Nada demais, retrucou a senhora, do outro lado da linha. O meu jardineiro também faz isso.”

O garoto insistiu: “eu limpo e lubrifico todas as ferramentas no final do serviço.”

“O meu jardineiro também, tornou a falar a senhora.”

“Eu faço a programação de atendimento, o mais rápido possível.”

“Bom, o meu jardineiro também me atende prontamente. Nunca me deixa esperando. Nunca se atrasa.”

Numa última tentativa, o menino arriscou: “o meu preço é um dos melhores.”

“Não”, disse firme a voz ao telefone. “Muito obrigada! O preço do meu jardineiro também é muito bom.”

Desligado o telefone, o executivo disse ao jardineiro: “Meu rapaz, você perdeu um cliente.”

“Claro que não”, respondeu rápido. “Eu sou o jardineiro dela. Fiz isto apenas para medir o quanto ela estava satisfeita comigo.”

Em se falando do jardim das afeições, quantos de nós teríamos a coragem de fazer a pesquisa deste jardineiro?

E, se fizéssemos, qual seria o resultado? Será que alcançaríamos o grau de satisfação da cliente do pequeno jardineiro?

Será que temos, sempre em tempo oportuno e preciso, aparado as arestas dos azedumes e dos pequenos mal-entendidos?

Estamos permitindo que se acumule o lixo das mágoas e da indiferença nos canteiros onde deveriam se concentrar as flores da afeição mais pura?

Temos lubrificado, diariamente, as ferramentas da gentileza, da simpatia entre os nossos amores, atendendo as suas necessidades e carências, com presteza?

E, por fim, qual tem sido o nosso preço? Temos usado chantagem ou, como o jardineiro sábio, cuidamos das mudinhas das afeições com carinho e as deixamos florescer, sem sufocá-las?

O amor floresce nos pequenos detalhes. Como gotas de chuva que umedecem o solo ou como o sol abundante que se faz generoso, distribuindo seu calor.

A gentileza, a simpatia, o respeito são detalhes de suma importância para que a florescência do amor seja plena e frutifique em felicidade.


Desconheço autoria

Você pensa demais...




Ana Maria Chagas Silva


"Você pensa demais!", diz a amiga.
"O filho tá crescido."
"O marido tá bem servido."
"O emprego tá garantido."

"Você pensa demais!", diz a irmã.
"O pai melhora a cada manhã."
"A mãe fez torta de maçã."
"O importante é ter toda a família sã."

"Você pensa demais!", diz o filho.
"Tirar notas baixas, é normal."
"Vem escutar esse som LOUD!
"Caraca, mãe! É na moral!”

"Você pensa demais!", diz o tempo.
”Não espero mais teu sorriso.”
"Envelheço teus traços, e aviso:
"Vê se perde um pouco de juízo!"

quarta-feira, 16 de março de 2011

Será meu verdadeiro amor?


Baseada em dúvidas e contribuições que recebo comecei a questionar as bases de algumas relações ou as bases de alguns sentimentos que compõem uma relação que ainda nem começou.

Vejo pessoas que dizem o quanto amam verdadeiramente alguém que ainda não encontraram, alguém com quem conversam apenas por chats ou telefone e que sentem que essa pessoa é um grande amor, algumas vezes até "o" grande amor da vida. Pessoas que nunca se olharam, nunca se sentiram, nunca se tocaram, não conhecem os hábitos, as manias, os defeitos, as características mais íntimas de cada um, mas ainda sim convictos que o amor é enorme e verdadeiro.

Podemos entrar aqui em um debate sobre a possibilidade de um sentimento não ser verdadeiro, muitos podem se perguntar "como é possível eu sentir isso tudo e você dizer que não é real?" e talvez valha ou caiba sim algum tipo de troca e esclarecimento. Todo e qualquer sentimento é verdadeiro para o seu dono, claro que ninguém forja um amor, o sente como real mesmo quando as circunstâncias são ainda virtuais. Para aquele que vive a experiência o amor está ali, sendo profundamente vivido e sentido e não vou discordar de quem sente assim. É, entretanto, fundamental compreender quais são as bases que levam uma pessoa a se apaixonar por alguém que nunca viu e já imaginar uma vida juntos, compartilhada, linda, perfeita ao lado desse novo amor. O amor por alguém só pode ser compreendido como real quando verdadeiramente se conhece o outro, quando se convive, antes disso dizemos que é uma idealização do como se imagina que o outro seja, de como se gostaria que ele fosse. Sim, sonhar, fantasiar e idealizar é o início de tudo e acontece dessa forma com todos, mas para se chegar ao amor em sua essência ou até para se afirmar que se ama alguém é fundamental que se tenha a convivência, o conhecimento sobre as qualidades e os defeitos, o dia a dia para solidificar.

Vejo então que muitos dos que agem dessa forma, muitos que sentem como diz o título do filme "Nunca te vi, sempre te amei" serem embalados nessa dança por diversas razões e todas elas possuem em comum uma profunda dificuldade em lidar com a solidão e tudo que advém desse estado.

São, no geral, pessoas que se encontram sós há muito tempo, pessoas que romperam relacionamentos e não suportam lidar com a perda, pessoas que não sabem viver (ainda que temporariamente) em suas próprias companhias, pessoas carentes ou profundamente inseguras. Precisam prontamente da certeza que encontraram uma salvação, que encontraram aquele que irá lhes tirar das profundas dificuldades afetivas da vida e que nessa nova relação reencontrarão a alegria de viver. Amam o que querem amar e por isso dizemos que não amam o outro, amam suas idéias sobre o outro, amam o que pensam saber do outro, amam a fantasia, o sonho. Não percebem que são movidas acima de tudo por uma necessidade em aplacar o mal estar da vida que possuem

A busca por uma salvação, uma solução, não sustenta uma relação, passado um breve período irá acontecer o confronto com a realidade e o golpe será grande já que habitualmente há uma grande frustração em razão da diferença entre o sonho e a realidade.

Claro que nas conversas que antecedem um encontro, muito já é sentido, como empatia, aspectos em comum, valores e assim por diante, mas entre o interesse inicial e o amor que irão compartilhar um longo percurso precisa ser vivido e solidificado caso contrário não serão duas pessoas se relacionando e sim uma pessoa e seu sonho.

Para concluir é sempre válido lembrar que ainda que exista o intermédio de uma tela, para fora dela estão apenas dois seres humanos, abertos e dispostos para viverem uma relação, para compartilhar uma vida. O compartilhar começa desde o início, não no sentido apenas de dividir, mas no sentido de se perceber que existe um outro, que sente, que vive e que deve acima de tudo ser respeitado e não devorado pela urgente fome em ser amado.

Juliana Amaral

Me Encante!



( Pablo Neruda )

Me encante da maneira que você quiser, como você souber.
Me encante, para que eu possa me dar...

Me encante nos mínimos detalhes.
Saiba me sorrir: aquele sorriso malicioso,
Gostoso, inocente e carente.

Me encante com suas mãos,
Gesticule quando for preciso.
Me toque, quero correr esse risco.

Me acarinhe se quiser...
Vou fingir que não entendo,
Que nem queria esse momento.

Me encante com seus olhos...
Me olhe profundo, mas só por um segundo.
Depois desvie o seu olhar.
Como se o meu olhar,
Não tivesse conseguido te encantar...

E então, volte a me fitar.
Tão profundamente, que eu fique perdido.
Sem saber o que falar...

Me encante com suas palavras...
Me fale dos seus sonhos, dos seus prazeres.
Me conte segredos, sem medos,
E depois me diga o quanto te encantei.

Me encante com serenidade...
Mas não se esqueça também,
Que tem que ser com simplicidade,
Não pode haver maldade.

Me encante com uma certa calma,
Sem pressa. Tente entender a minha alma.

Me encante como você fez com o seu primeiro namorado...
Sem subterfúgios, sem cálculos, sem dúvidas, com certeza.

Me encante na calada da madrugada,
Na luz do sol ou embaixo da chuva....

Me encante sem dizer nada, ou até dizendo tudo.
Sorrindo ou chorando. Triste ou alegre...
Mas, me encante de verdade, com vontade...

Que depois, eu te confesso que me apaixonei,
E prometo te encantar por todos os dias...
Pelo resto das nossas vidas!!!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Músicas românticas...

Um motivo pra ser feliz...


Um dia desses perguntaram-me se eu era feliz, e por tão banal a pergunta fiquei estarrecida por sentir dificuldade de responder.. Principalmente porque naquele dia eu não estava no auge da minha felicidade, na verdade eu estava o oposto, meu rosto estava ainda úmido pelas milhares de lágrimas que passaram por ele. Lágrimas por amor, mas com um gosto tão amargo que eu não queria acreditar que fosse o gosto desse amor, eu estava chorando de novo por ele, por aquele que não queria meu amor, que prefiria o amor, que nem era tão grande, de outra pessoa. Bom, eu não respondi nada à pessoa que me perguntou e ela também não insistiu, o que ela queria era que eu pensasse naquilo, e conseguiu.
Passei a tarde pensando se eu era feliz, e descobri que pelo significado que eu tinha dado a felicidade, que era sentir-se bem com você e com as coisas e pessoas a seu redor, então não, eu não era feliz, pelo menos não naquele momento. E isso chamou ainda mais minha atenção, desde sempre eu falei em felicidade, da sua importância, sempre falei que o sentido da vida, era exatamente ser feliz e alí estava eu me negando a felicidade por causa de uma pessoa, apenas uma pessoa..
Pensei em tudo que eu perdi por causa ele, percebi que eu não me importava mais com a minha vida e isso porque a minha vida tinha se resumido àquela pessoa. E então eu percebi que não podia ser assim, minha felicidade não podia estar presa a ele, porque quanto mais eu o amava, menos feliz eu era! Percebi que eu tinha motivos para sorrir, mas sempre os deixava passar por só pensar naquilo que eu não tinha. E a partir daquele dia eu jurei a mim mesma que eu iria ser feliz, com ou sem ele, e se o destino escolhesse ser sem ele, que foi o que aconteceu, paciência..
Por isso hoje eu sou feliz, eu encontrei minha felicidade e ela estava bem longe dele, o que me mostrou que se eu continuasse me privando a ele, demoraria muito mais para eu ser feliz. Meu rosto ainda fica úmido por lágrimas vez por outra, mas agora eu tenho força suficiente para limpá-las e sorrir, um sorriso que escreve minha felicidade, esperando apenas que alguém leia como naquela tarde eu li!

Iasmin Mendes

domingo, 13 de março de 2011

SEUS OLHOS




Gonçalves Dias



Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros, de vivo luzir,
Estrelas incertas, que as águas dormentes do mar vão ferir;
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros, têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, mais doce que o nauta de noite cantando,
Mais doce que a flauta quebrando a solidão.

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros, de vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados brincando a sorrir.
São meigos infantes, brincando, saltando em jogo infantil.
Inquietos, travessos; — causando tormento,
Com beijos nos pagam a dor de um momento,
Com modo gentil.

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros, assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranqüilos, às vezes vulcão!
Às vezes, oh! sim, derramam tão fraco, tão frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes falece,
E os olhos tão meigos, que o pranto umedece
Me fazem chorar.

Assim lindo infante, que dorme tranqüilo, desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas, não pensa — a pensar.
Nas almas tão puras da virgem, do infante, às vezes do céu
Cai doce harmonia duma harpa celeste,
Um vago desejo; e a mente se veste
De pranto com um véu.

Quer sejam saudades, quer sejam desejos da pátria melhor;
Eu amo seus olhos que choram em causa um pranto sem dor.
Eu amo seus olhos tão negros, tão puros, de vivo fulgor;
Seus olhos que exprimem tão doce harmonia,
Que falam de amores com tanta poesia, com tanto pudor.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros, assim é que são;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixão.

Quero estar em sua vida




Quero estar na sua vida, mas nem amiga, nem amante,
nem tão perto, nem distante. Quero na sua vida ser apenas
importante. Não interessa por qual porta eu entre,
quero entrar na sua vida docemente, me instalar
delicadamente. Quero estar na sua vida esteja
ela alegre ou conflitante, tranqüila ou angustiante.

Quero ficar na sua vida por um longo tempo
e estar presente em todos os momentos.
Quero lhe guiar sempre que você achar
que está difícil de enxergar e toda vez que as lágrimas
quiserem brotar e que você não conseguir secar.

Quero estar na sua vida de um jeito diferente,
nem de costas e nem de frente. Caminhando lado a lado
num silêncio acomodado, aberta para ser para você
seu sol e seu entardecer, sua noite e seu amanhecer.
Quero estar na sua vida, discreta, mas sempre com
a porta aberta, sempre pronta para lhe receber
faça chuva ou faça sol dentro de você.

Quero ser na sua vida, eterna, mas nunca lhe prender,
nem lhe pertencer, nem lhe escravizar, nem lhe fazer sofrer.
Quero estar na sua vida daquela maneira
que sonhamos ser possível a vida inteira.
Sem cobranças, sem vinganças,
sem grandes metas, viajando, apenas, numa reta.
Somente presente... eternamente!

Silvana Duboc

A Brasileira e o Cubano Tarado


Esta história é super divertida e só podia mesmo te sido contada por uma mulher!

História de Dilma Lóes

Solange, telefonou para sua amiga Cuca, contando o desfecho infeliz do seu romance um Cubano. Conheceram-se numa boate, dançaram a noite toda e trocaram telefones.

- Olha, esses hispanos são uns tarados! Nunca mais quero ver Cubano na
minha frente!
( Cuca) - Por que , o que aconteceu?

(Solange) - No dia seguinte da boate ele me ligou bem cedinho e perguntou: "Mi amor, o que estas haciendo"? Eu respondi "Ainda estou acordando..." Aí ele me perguntou todo meloso: "Acordando de me"? Eu disse: "Claro que não, Jose, tô acordando da cama. Aí, acredite se quiser, ele ficou cheio de raiva porque eu não estava "acordando" dele. Não entendi nada, já começou alí a confusão.

Ele disse: "Como non estás acordando de me? Entonces tu no acordas de me?"
-Não sei que diabos esse homem cismou que eu tinha que acordar dele!

(Cuca) - Claro, Solange, "acordar" em espanhol quer dizer "lembrar", "pensar"; ele ficou chateado porque você disse que não estava "pensando nele".

(SOLANGE) -Ihh, não sabia! Mas de qualquer maneira, depois ele foi muito grosseiro comigo.
Chamei ele pra jantar lá em casa, um jantar típico com comida e bebida brasileiras, aí quando ele chegou, foi até gentil, me trouxe de presente uma cadeira porque eu tinha dito que na minha casa só tinha uma poltrona, que não dava nem para duas pessoas conversarem. Muito gentil mas, de repente do nada apertou meu
braço, olhou bem no fundo dos meus olhos e disse: "Te estranho"! Ai pensei: pronto é aquele tipo de homem problemático. Pra deixar ele bem à vontade, falei: "Não precisa me estranhar, eu sou a mesma de ontem à noite!" Mas ele insistiu: "Te estranho
mucho... mucho!" Ah, minha paciência tem limite! Esse negócio de bancar psicóloga de homem problemático não é comigo! Aí para distrai-lo, falei: "Vamos comer a comida brasileira que eu fiz especialmente para você?...

(Cuca) - Solange, ele não tem nada de problemático, "te estranho" em espanhol quer dizer "estou com saudade"!

(SOLANGE) - "Tô com saudade" ? Nossa, não sabia...

(CUCA) - Coitado desse homem. E depois?

(SOLANGE) - Depois foi tudo piorando. Na segunda garfada foi logo dizendo que a minha comida estava "esquisita." Achei isso uma grosseria, fiquei super chateada mas fingi que não ouvi pra não criar clima. Mas ele repetiu tantas vezes, que acabei tendo que responder: "Se você não está gostando da comida é melhor parar de comer!" Aí ele tentou consertar as coisas dizendo "Non, carinho, voy repetir o plato muchas vezes, muchas vezes!"
- Mas você não está achando a minha comida está esquisita?
- Si, mui esquisita, mui esquisita...

(Cuca) - Solange, ele estava elogiando a sua comida. "Esquisita" em espanhol quer dizer gostosa, saborosa.

(SOLANGE) - Não brinca!

(CUCA) - Claro que é.

(SOLANGE) - Que chato, eu fiquei com uma raiva dele danada.

(CUCA) - Coitado!

(SOLANGE) - Mas de qualquer maneira ele não é uma pessoa normal. Me virei feito louca pra conseguir uma pinga brasileira para ele provar, aí quando disse a ele que tinha conseguido uma bebida típica brasileira que os homens brasileiros adoram e que ele ia adorar; ele, bem assanhado e sensual, respondeu: "si mi amor, entonces vou serrar los olhos e tu ablas baixito en mi ouvido, o nombre de la bebida está bien?"
Aí, continuando no clima sensual eu coloquei a pinga no copo e susurrei no ouvido dele: "Querido, voi colocar em sua boca uma deliciosa pinga "brasileira"!
Cuca, o homem virou bicho na minha frente! Deu um pulo da cadeira, começou a me sacudir e a gritar feito louco: "Eu soy hombre! Eu soy hombre!" Aí fiquei apavorada e vi que ele era maluco beleza mesmo. Eu tentava acalmá-lo dizendo:
"Claro que tu es hombre, não estou duvidando disso, só trouxe uma pinga que tenho certeza que você vai gostar!" Aí ele gritava mais alto ainda: "O que piensas que soy? No soy maricon! No soy maricon!

(CUCA) - Solange, você é louca! "Pinga", em espanhol, quer dizer "pênis"!

(SOLANGE) - "Pênis"? que "pênis"?

(CUCA) - Que eu saiba só existe uma coisa chamada "pênis"...

(SOLANGE) - Não!

(CUCA) - Sim...

(SOLANGE) - Meu Deus, que vergonha!

(CUCA) - Ha ha! Ele deve ter achado que você é uma tarada, querendo que ele abrisse a boca para receber uma "pinga brasileira"! Foi demais para o Cubano!

(SOLANGE) - Nossa, nem fala, que vergonha...

(CUCA) - E aí, o que aconteceu depois?

(SOLANGE) - Bom, aí já estava o caos, tudo muito tenso. Ele repetia sem parar: "A mi me gusta mujer séria que queira uno compromisso sério. Ustedes brasileñas são mui fogosas e extravagantes!" Ficou reclamando, reclamando, mas começou a botar as
asinhas de fora: Saiu da cozinha, sentou no sofá e sem mais nem menos falou: "Vamos parar de ablar, mi amor, non me gusta pelejar (brigar) contigo. Vem aqui sentar em minha butaca, vem."

(SOLANGE) - Ah, Cuca, dessa vez quem virou bicho fui eu! Gritei que ele era um tarado e mandei ele sair imediatamente da minha casa. Quem ele está pensando que eu sou? E ele, além de não sair, me agarrou pelos braços me sacudindo e mandando eu me acalmar, como se a louca fosse eu e não ele.

(CUCA) - Solange, por acaso você sabe o que "butaca" significa em espanhol?

(SOLANGE) -Nenhuma mulher precisa saber espanhol para entender o que um homem quer dizer com "Vem aqui sentar na minha butaca"! Perdi o controle de tanta raiva. Esses hispanos pensam que brasileira é o que?

(CUCA)- Solange, "butaca" em espanhol, quer dizer cadeira. Ele só estava dizendo pra você sentar na cadeira que ele te trouxe de presente...

(SOLANGE) - Cadeira? ?

(CUCA) - É. Meu chefe, é Colombiano e sempre manda os clientes que chegam "sentarem na butaca". Coitado desse homem, deve ter achado que você é uma louca...

(SOLANGE) - Deve mesmo, fiquei tão apavorada, com medo dele me atacar, que desci correndo pelas escadas do prédio. E você acredita que enquanto eu descia as escadas o monstro queria que eu me esborrachasse no chão? Ficou gritando lá de cima:
"Queda-te! Queda-te!"

(Cuca) - "Queda-te" em espanhol quer dizer "fica aqui". Que confusão que você fez, hein?

(SOLANGE) -"Fica Aqui"? Nossa mãe... Bom, agora o estrago já está feito, ele não vai querer olhar pra minha cara nunca mais. Fiz a maior confusão, chamei até a polícia.

(CUCA) - Polícia?

(SOLANGE) - Claro, fiquei com medo dele né, Cuca!

(CUCA) - Medo dele... ou da butaca dele?

(SOLANGE) - Ah, pára com isso. O pior é que a butaca dele era bonitinha...

(CUCA) - Bom, pelo menos você ainda pode sentar nela e ficar "acordando" dele.

(SOLANGE) - Que nada, ele levou a butaca de volta.

(CUCA) - Que mal educado, deixar minha amiga desbutacada... Bom, pelo menos agora você já sabe que aqui em Miami a gente tem que ter muito cuidado quando abre a boca. Bom, "Chica", preciso voltar para o trabalho. Tem uma "butaca" e uma mesa aqui na minha frente me esperando e eu ainda "quiero almoçar una comida "esquisita" e tomar una "pinga".

(SOLANGE) - Por falar em "pinga", Cuca, sabe que você nunca vai poder namorar um Colombiano?

(CUCA) - E por que no, "chica?"

(SOLANGE) - Porque na Colombia, "cuca" é apelido de vagina. Já pensou você namorando um colombiano e ele tendo que dizer para os amigos: "hoje vou levar a vagina ao cinema", "Ontem dancei com a vagina a noite inteira".

(CUCA) - Ah, então é por isso que o meu chefe, que é Colombiano, vive às gargalhadas, quando alguém me chama pelo nome...

(SOLANGE) -Sim, "chica", tu és una "vagina "e non sabias.

(CUCA) - Entonces antes de sair pra almoçar vou deixar um bilhetinho na mesa dele dizendo: "Querido chefe: " Cuca" estava cansada de ficar sentada na butaca, foi rapidinho tomar uma pinga e já volta".

sábado, 12 de março de 2011

Amar bonito!



Artur da Távola


Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar:

Aprendam a fazer bonito seu amor.

Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito.

Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito.

Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender...

Tenho visto muito amor por aí.

Amores mesmo: bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva.

Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos.

Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção.

Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.

Aí, esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem, rotinizam,descuidam, reclamam, deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem, precisam mais do que atendem, enchem-se de razões.
Sim, de razões.

Ter razão é o maior perigo no amor.

Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão.

Nem queira!!!

Ter razão é um perigo: em geral, enfeia um amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada.

Amar bonito é saber a hora de ter razão.

Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito?

De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível?

Talvez não.

Cheio ou cheia de razões, você separa do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.

Quem espera mais do que isso sofre e, sofrendo, deixa de amar bonito.

Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança.

E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.

Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia.

Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama.

Saia cantando e olhe alegre.

Recomenda-se: encabulamentos, ser pego em flagrante gostando, não se cansar de olhar e olhar, não atrapalhar a convivência com teorizações, adiar sempre se possível com beijos 'aquela conversa importante que precisamos ter', arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida.

Para quem ama, toda atenção é sempre pouca.

Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível.

Quem ama bonito não gasta tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.

Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine cheia de brinquedos dos nossos sonhos); não teorize sobre o amor, ame.

Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.

Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade, abrir o coração, contar a verdade do tamanho do amor que sente; não dar certo e depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito).

Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabiamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser.

Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs.

Falando besteiras, mas criando sempre.

Gaguejando flores.

Sentindo o coração bater como no tempo do Natal infantil.

Revivendo os caminhos que intuiu em criança.

Sem medo de dizer eu quero, eu estou com vontade.

Deixe o seu amor ser a mais verdadeira expressão de tudo que você é.

Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto.

Não se preocupe mais com ele e suas definições.

Cuide agora da forma do amor:

Cuide da voz.

Cuide da fala.

Cuide do cuidado.

Cuide de você.

Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.

Amor ou Amizade? Os dois...


Martha Medeiros



No finalzinho da entrevista que Pedro Bial deu à Marília Gabriela, quando foi questionado sobre relacionamentos, ele deu uma lição que serve para todo mundo: trate seu amor como você trata seu melhor amigo. Sei que isso parece falta de romantismo, mas é o conselho mais certeiro.

Não era você que estava a fim de uma relação serena e plenamente satisfatória? Taí o caminho. Vamos tentar elucidar como isso se dá na prática. Comecemos pelo exemplo que o próprio Bial deu: você foi convidado para o casamento de uma prima distante que mora onde Judas perdeu as botas, você tem que ir porque ela chamou você pra padrinho. Como é que os casais costumam combinar isso?

"Não tem como escapar, você vai comigo e pronto". Ou seja, um põe o outro no programa de índio e nem quer saber de conversa. É assim que você convidaria seu melhor amigo? Não. Você diria: "Putz, tenho uma roubada pela frente que você não imagina. Me dá uma força, vem comigo, ao menos a gente dá umas risadas...".

Ficou bem mais simpático, não ficou? Como esta, tem milhões de situações chatas que você pode aliviar, apenas moderando o tom das palavras.

Pro seu marido: "Você nunca repara em mim, não deu pra notar que cortei o cabelo? Será que sou invisível?" Mas pra sua melhor amiga: "Ai, pelo visto meu cabelo ficou medonho e você está me poupando, né? Pode dizer a verdade, eu agüento".

Pra sua mulher: "Você já se deu conta da podridão que está este sofá? Não dá pra ver que está na hora de trocar o tecido?" Mas pra sua melhor amiga: "Deixa a pizza por minha conta, eu pago, assim você economiza pra lavar o sofá. A não ser que este seja um novo estilo de decoração..."

Risos + risos+ risos.

Maneire. Trate seu amor como todas as pessoas que você adora e que não são seus parentes. Trate com o mesmo humor que você trata seu melhor amigo, sua melhor amiga. Até porque, caso você não tenha percebido, é exatamente isso que eles são.

"Grandes Realizações são possíveis quando se dá importância aos pequenos começos"